quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Recebendo as chaves da cidade

Fui direto ao NYBG, pois o combinado com a Barbara Thiers, curadora/administradora do Herbário (que foi quem me fez o convite para a viagem de intercâmbio) era eu passar lá para ser encaminhado às minhas instalações. Nota-se que a instituição tem experiência em abrigar estudantes estrangeiros, em geral pesquisadores botânicos do mundo todo. Recebi as chaves do apartamento onde estou alojado, um cartão magnético que me dá acesso ao herbário e outros setores (todos com senha de acesso) e um crachá para entrar no jardim botânico, assinei alguns formulários relacionados ao meu visto e recebi cartas com horários, dicas, mapas, recomendações e regras de uso dos ambientes e materiais de trabalho. Recebi também uma chave de uma sala de estudo exclusiva para mim.

Bob, um solícito senhor que trabalha na segurança do jardim, me levou aos meus aposentos, num carro da segurança, pois o apartamento fica num prédio a 10 minutos, a pé, do campus. Para chegar até minha cama, são necessárias três chaves: uma para a portaria, outra para a porta de entrada do apartamento, outra para a porta do quarto propriamente dito. O apartamento é enorme (150 a 200m²), reformado e limpo, com uma antesala, uma sala grande, com TV a cabo, um corredor que leva aos quartos, uma boa cozinha aonde fica o telefone, uma despensa com utensílios de limpeza e higiene, um banheiro razoável e dois quartos grandes, com armários, cada quarto com duas camas e um ar-condicionado não-embutido. “Todas as portas só abrem com a chave, portanto cuidado para não ficar preso”, frisou Bob, assim como um bilhete afixado na entrada. “Ok”, disse eu, sem dar a devida atenção.

Assim que o Bob saiu, desfiz minha mala, coloquei um short, liguei o ar-condicionado, peguei uma toalha e fui tomar banho, encostando a porta do quarto para o ar não escapar. Ao fim do banho, a porta do quarto não abria, e tudo meu estava dentro. E quando eu digo tudo, me refiro a mala, dinheiro, passaporte, números de telefone, óculos de leitura, laptop, enfim... Tive então que ligar para a segurança do NYBG (cujo número, por sorte, estava ao lado do telefone) e, em 30 minutos, recebi o Bob com uma cópia da chave. Eu estava de short e toalha nos ombros. Ele saiu rapidinho, sem jeito, e eu espero nunca mais encontrá-lo.

No resto do dia, descansei um pouco, passeei pela neighborhood e comprei coisas. Gastei U$27, cinco no almoço (uma fatia gigante de pizza e uma coca 600ml), U$12 entre shampoo, aparelho descartável para barba, guarda-chuva (estava chovendo no dia) e coisas para o café da manhã em casa; à noite, mais U$10 numa espécie de panqueca imensa, de frango com salada, mais fritas, café expresso e água. Esqueci o açucar.

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