sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Little Brazil

Passeei pela rua Little Brazil. Sim, nós temos nossa própria rua aqui em Nova York – a que seria a 46th street, leste. O ponto é bom, mas para ser sincero, tem mais restaurante chinês que brasileiro. Há uma loja de biquínis, um dos poucos produtos genuinamente brasileiros cobiçado no exterior, mas fora isso, nossa participação no comércio de rua, nesta e em toda Manhattan, é tímido. Sucesso brasileiro de público e crítica são os serviços, de depilação (brazilian wax, anuncia até nas rádios), que vêm a reboque de outro grande sucesso internacional: os salões de cabeleireiros e manicures.

Segundo Maxine Margolis, autora do livro “Little Brazil, na Ethnography of Brazilian Immigrants in New York City”, os brasileiros novaiorquinos são imigrantes dos anos 80 que se estabeleceram primariamente em Astoria, no Queens, mas em seguida também em outros bairros do subúrbio, afastados uns dos outros. Com uma população estimada em 150.000, os brasileiros não formaram comunidades em Nova York, pois, ao contrário de outros imigrantes estrangeiros, não pretendiam ficar; o objetivo era ganhar dinheiro e retornar para o Brasil. De fato, ouve-se nosso português “levemente anasalado”, conforme o descreve Margolis, em todos os bairros, mas não se há clubes, manifestações coletivas, encontros ou coisas do tipo, embora a festa da independência da Little Brazil esteja em franca ascensão. Eu não estava aqui para ver a desse ano

Mas a arte brasileira, e em muitas de suas expressões, com esta me deparei algumas vezes, todas sem querer. O artista plástico Tunga, por exemplo, expõe no P.S.1 (ver www.ps1.org/ps1_site/content/view/267/102/), um centro de arte contemporânea do Queens tão bacana que acabou sendo incorporado ao MoMA. Depois falo mais sobre ele, pois pretendo ir lá. O documentário Manda Bala, rodado em São Paulo e ganhador do melhor documentário do Sundance Film Festival 2007, também está em cartaz (ver resenha do New York Times em movies.nytimes.com/movie/381465/Manda-Bala/overview). Falando em cinema, o New York Film Festival, que começa em 28 de setembro, faz uma retrospectiva sobre Joaquim Pedro de Andrade, trazendo sua obra completa (Macunaíma, Garrincha, etc.) – veja mais em filmlinc.com.

E outro dia estava eu passeando no Soho, quando me deparei com um cartaz, propaganda de uma peça que estava para começar ali mesmo chamada Pornographic Angel (www.pornographicangel.com), baseada em histórias de um tal... Nelson Rodrigues! Segundo o New York Times – dizia o cartaz – se ele (Nelson) tivesse escrito em inglês, seria “tão importante, quanto Tennessee Willians, Eugene O’Neill ou Harold Pinter, tal universal, atemporal e subversiva é a qualidade de seu trabalho”. Ontem eu fui assistir à peça, conto numa próxima postagem.

2 comentários:

Unknown disse...

Tudo bem ? leu meu comentário anterior ? Ficou sabendo do louco franco-atirador que está nas proximidades da " Delaware State University " ??? Vi hoje no noticiário ...abraço..

LCFranca disse...

Fala, Marcos! Beleza?
Então esse é que é o blog, heim?
Vou ler, vou ler...
Vou passar hoje mesmo as fotos novas da Cacatua prá Maninha - cobre dela!!!!
Abração!